Estimados leitores, 

Vendo a poule abaixo de imediato vem a lembrança daquelas noturnas gélidas, programa oficial com letras pretas,o relógio do Itaú, lá na Paulista, no meio da fina neblina, marcando 23:50, último páreo, lá nas tribunas especiais, desencorajando quem quer que fosse para uma ida à cerca para ver a entrada dos jockeys para o canter.

O café, última coada das máquinas Monarca, era o que nos aquecia antes do páreo. 

Lá vinham perfilados na raia de grama, Bolino, Barroso, Quintana, J.M. Amorim, Jorge Garcia, Jorge Dacosta, Loacir Cavalheiro, Eduardo Le Mener, Roberto Penachio, Gabriel Menezes e lá vão nomes que estão na eterna lembrança. 

Uma corrida dessas, não era um páreo, mas um vestibular. Acertar um placê, dada a categoria deles, era uma prazer sem nome. 

Corrido o páreo, lá iam uns poucos para o guichet, a grande maioria indo para o ponto do ônibus elétrico 702P, da CMTC, cujo trajeto quando na praça João Mendes, esvaziava completamente.

O assunto no ônibus era um só: como foi que não jogamos no cavalo do Bolino naquele último páreo??? Por que cismamos em jogar no Dacosta, (ou Jorginho, e cada um falava do seu). 

Foto : Museu CMTC

Ôbibus que levou muitos turfistas ao JCS.Paulo. Inesquecível !!! (Praça da Sé-SP)

A certeza era uma só: na próxima reunião tudo daria certo e ficaríamos no guichet ao invés de ir correndo para o ônibus elétrico. 

Para um passageiro comum, que tomasse o ônibus no meio do trajeto, sentiria que entrara naqueles ônibus misteriosos do seriado " Além da Imaginação", tal era o "outro mundo" que ali se falava. 

Não vou cair na tentação de falar do presente.

Nós que vivemos aqueles tempos, sabemos a falta daquela atmosfera, mas o inexorável preço do tempo nos é cobrado para todo o sempre. 

Boas lembranças...

Poule da década de 80 - Quantas saudades...