Matéria Especial - GP. São Paulo 2008                                


 A Presença do Ausente 

Por Clackson

A data máxima do turfe paulista está se aproximando, com a realização do Grande Prêmio São Paulo, e é natural que nesse momento as expectativas recaiam sobre os competidores, onde a partir  desta semana o hipódromo estará respirando o "São Paulo", com  treinadores atentíssimos aos aprontos de seus pupilos, e de quebra com atenção nos outros cavalos também, os jockeys com a plena convicção que vencerão a prova, cavalariços rezando para o sucesso do cavalo, proprietários e criadores ansiosos para entrarem no seleto grupo de vencedores desse páreo.

Ao turfista a expectativa da prova vai aumentando durante a semana até o clímax no domingo, porém a simples lembrança dos "São Paulos" corridos no passado é também um momento marcante. Como não lembrar aquele GP onde o jockey atropelou de forma magistral, outro que o treinador assombrou todos com o estado fenomenal do cavalo e por ai vão as lembranças.

Nesse clima festivo não poderia deixar de passar em brancas nuvens um fato que chama a atenção, de forma sutil, para o que o título desse artigo se refere, e que de forma primordial deveria ser um dos grandes atos do espetáculo chamado Grande Prêmio São Paulo.

Trata-se da presença do ausente. Mas o que vem a ser isso?

Muitas homenagens serão prestadas durante as festividades, seja para os proprietários, criadores, jockeys e treinadores dos vencedores; personalidades convidadas e um sem número de coadjuvantes presentes na foto da vitória. Essa é rotina natural do turfe, todavia há uma lacuna ao longo da história que culmina com o título deste artigo.

Trata-se da homenagem aos profissionais que ao longo de suas vidas ajudaram a construir o edifício chamado Turfe e que na semana máxima são os grandes ausentes da presença que deveria ser deles.

Em 2.004, no hipódromo da Gávea, no dia do GP Brasil, o maior jockey de todos os tempos, Luiz Rigoni e outra lenda das rédeas, Juvenal Machado Silva, foram homenageados, dentro das festividades daquela prova. Ambos foram ovacionados, em pé, pelo público, como forma de reconhecimento, e por que não dizer, de agradecimento pelo muito do espetáculo que produziram quando montavam.

Voltemos à São Paulo. Por que não homenagear neste GP, à exemplo do turfe carioca, aquele que pode ser considerado como o mais famoso jockey do turfe paulista de todos os tempos?

Esse profissional reinou à sua época, onde só havia reis, venceu onde só havia vencedores e criou uma legião de turfistas quase que fanática por sua pessoa, a ponto de uma simples montaria sua ser transformada em favorito. Esse profissional anda ausente do Jockey Club de São Paulo, e esse fato é perturbador, pois sua presença seria uma referência, principalmente para a nova geração de jockeys, que noviços ainda nas rédeas, deixam o espetáculo um pouco pasteurizado.

Na data magna do turfe paulista, uma das maiores homenagens que se poderia fazer ao público turfista, aos profissionais, criadores e proprietários , seria homenagear pelos 25 anos de sua conquista do Grande Prêmio São Paulo, o mais famoso bridão de Cidade Jardim: o jockey Albenzio Barroso.

Em 1.983, Albenzio Barroso montando Kenético venceu o GP São Paulo de forma espetacular, e para um hipódromo lotado, em frenesi, aclamava-o de forma eufórica  por sua heróica conquista. Um dos momentos mais marcantes que presenciei no turfe.

 A.Barroso - Um dos Maiores Ídolos do Turfe Paulista - Vencendo GP. São Paulo 83 

Naquele mesmo ano, Albenzio Barroso venceria também o Grande Prêmio Brasil, com Off the Way. Um fato mais do que raro vencer esses dois Grandes Prêmios no mesmo ano.

Homenagear o Barroso seria uma forma modesta de resgatar à reverência que devemos à esse grande profissional, exemplificada numa das mais importantes vitórias de sua carreira.

O Jockey Club de São Paulo, tão prolífico em homenagens, e o público turfista, devem essa comemoração ao Albenzio Barroso por seu Jubileu de Prata do "São Paulo".

Que no domingo do Grande Prêmio São Paulo ele esteja na raia para aclamação e seja " a presença do ausente".

Parabéns Barroso !!!!

  A.Barroso - com Kenético (Brz)- GP. São Paulo 1983  

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